Histórias: Hachiko Monogatari

Continuando na linha de histórias japonesas. Creio que todos conhecem a história de Hachi, principalmente por causa do filme Hachiko's Dog History(Sempre ao seu lado) com Richard Gere. Bom,não vou dizer que eu não gostei desse filme, é muito bonito, mas eu não sou muito fã das adaptações americanas para filmes e histórias japonesas(em se tratando de contos, animes, etc... Dragon Ball me fez querer morrer). Mas... ao invés de ficar citando os defeitos que eu notei no filme, vou elogiar a versão japonesa e indicá-la a vocês:
Hachiko Monogatari é um filme emocionante, abordado de uma maneira doce, mas ao mesmo tempo realista(tão realista que vai cortar o seu corção durante todo filme). O drama é mais intenso do que o americano, algumas cenas são bem mais fortes também.
http://www.youtube.com/watch?v=TRBL9x0k9AQ


Agora, claro, eu não poderia deixar de contar a história com um texto meu:
Num dia de neve forte, uma mãe Akita dá a luz à uma ninhada de dez filhotes.
Chamados segundo seus numeros de nascimento, Hachi, o oitavo da ninhada, era uma promessa de sorte, cão denominado pelo número da sorte.
Dizem que Hachi foi dado de presente à filha do professor Hidesaburou Ueno, mas logo ao primeiro contato de seus pequenos e profundos olhos com o professor, o toque suave de sua lingua num carinho à sua pele, o pequeno cão soube que estava destinado àquele homem. Seria a ele que um dos últimos cães Akita puro do japão dedicaria toda a sua lealdade.
O amor de Hachiko para com seu dono, e claro, do professor Ueno por seu cachorro só poderia ser descrito como o maior exemplo de parceria entre um cão e um homem.
Todas as manhãs, Hachi acompanhava o professor até os portões de embarque da estação de Shibuya,  onde este embarcaria num trem até a universidade onde trabalhava. Despedia-se do amado amigo com um aceno de mão e partia para lecionar. Quando o crepúsculo se fazia no céu, anunciando o retorno de Ueno, Hachi corria pelo caminho de trilhos ao encontro de seu amado dono, a quem recebia com a euforia que só um cão é capaz de fornecer a alguém.
No dia 21 de maio de 1925, como de costume, Hachi compareceu a estação. Esperou durante toda noite, sem saber que nunca mais veria o professor. Naquele dia, em meio a uma reunião com o corpo docente da faculdade, o professor havia sofrido um derrame e faleceu, caindo repentinamente em frente a seus alunos. Hachi nunca mais voltaria aos braços do dono.
Dizem que no dia do velório o cão protestou toda a noite diante da foto do dono, sem entender o motivo de sua partida prematura. O coração de Hachi não seria capaz de entender aquela separação súbita.
Hachi ainda sim teve uma vida longa.
Durante mais nove invernos o cão continuou a aparecer na estação, montando guarda dia e noite, diante do portão de desembarque, à espra de seu dono. Quando as folhas das arvores caiam, seus galhos cobriam-se de neve, floresciam, e tornavam a ser verdes, Hachi estava lá. Aquele cão era praticamente um memorial de despedida, parado ali como uma estatueta decaida de saudades por seu amigo professor.
Então ele morreu.
"Hachiko"


É isso ai gente. Até a próxima.